Bom dia leitores!
Aqui quem está escrevendo é a Historiadora Luise de Oliveira Rodrigues, nova colunista do blog. E como primeira postagem achei pertinente fazer uma apresentação para que vocês conheçam um pouquinho de minha trajetória. Aviso logo de cara que sou uma APAIXONADA pela história egípcia. Sou o que pode se chamar de “doida das múmias” ou, mais cientificamente, um “projeto de egiptóloga em formação”.
Tenho 28 anos, sou natural de Pelotas/RS e atualmente cursando um Mestrado Profissional em História. Basicamente seria isso. Mas como eu não sou nem um pouco básica (e nem escrevo pouco), vou falar da minha formação de modo mais detalhado, tudo bem? Usarei de tópicos (do mais antigo para o mais recente) para ficar mais claro e separado.
2010/2014 – Período em que cursei Licenciatura Plena em História na UFPEL em Pelotas/RS. O tema de meu TCC foi “O hibridismo nos deuses Greco-egípcios: Uma análise do Egito Helenístico através das representações de Hermanúbis”. Meu orientador foi o professor Fábio Vergara Cerqueira.
2014/2016 – Período em que cursei Bacharelado em História também na UFPEL em Pelotas/RS. O tema de minha Monografia foi “Hibridação entre deuses no Egito Helenístico: Uma apreciação sobre as manifestações e o culto à Serápis”. Meu orientador também foi o professor Fábio Vergara Cerqueira.
2016/Cursando – Mestrado Profissional em História na FURG em Rio Grande /RS. O título de meu TCM ainda não foi completamente fechado, mas assim que for, eu atualizarei aqui. Beleza? Meu orientador é o professor e pró-reitor Daniel Prado.
E o Egito Antigo, chegou como em minha vida? Essa história é um pouquinho longa. Mas vou tentar resumir: O ano era 2002 (sim, incríveis e longos 17 ANOS!) e eu estava na 6ª série (ou 7º ano dependendo do lugar). Estava realizando uma atividade em sala de aula e no meio dos materiais encontrei a manchete que mudou minha vida: “EM NOME DOS FILHOS ”.
A reportagem acima faz parte da Edição 1394 da Revista Veja de 31 de maio de 1995. Ela trata sobre a descoberta da tumba dos filhos do faraó Ramsés II pelo egiptólogo Kent Weeks (que desejo MUITO conhecer!). Como o trabalho em sala envolvia recortes e as revistas eram velhas, eu pude pegar a reportagem e levar para casa. Eu li e reli e foi amor à primeira vista. Aliás, meu faraó favorito não é Ramsés, e sim o Rei Tut.
Eu guardo essa matéria com muito carinho até hoje, pois minha paixão pelo Egito começou graças a ela. Depois, todo trabalho de tema livre na minha trajetória escolar era igual a “trabalho sobre Egito” na minha cabeça. Alguns deles, aliás, tenho guardados até hoje comigo. Só que essa admiração toda não ficou só nos livros e revistas. De peça em peça, hoje minha coleção está faraônica (trocadilho ideal não?!).
Eu, durante exposição, em 2016. A coleção hoje está BEM maior. |
A última contagem que fiz estava em torno de 80 itens, mas hoje ela está bem maior. E essa coleção começou por acaso, de um modo bem curioso, numa ida a um oftalmologista. Em cima da mesa tinha uma pequena máscara mortuária de Tut. Como eu olhava curiosa, ele me disse o que era, mas como estava errado, eu corrigi. No final da consulta ele me deu o mimo. Os óculos daquela época já foram pra o beleléu, mas o mini Tut está firme e forte!
E com toda essa admiração pela história egípcia não foi só minha formação que foi moldada. Além de seguir estudando o Egito, a coleção de peças cresceu (indo p/ palestras e exposições) e formei uma biblioteca particular. Livros em pouca quantidade que, com o tempo, ocuparam TRÊS PAREDES de uma peça. O nome dela não poderia deixar de ser egípcio: Per Bast (A Casa de Bast).
Como uma “Historiadora raiz” eu coleciono várias coisas: estatuetas, livros, moedas, cédulas, objetos antigos de porcelana e provavelmente mais alguma coisa que estou esquecendo. Minha gama de interesses também é bem ampla: vai desde Sherlock Holmes até a história imperial russa. Mais aleatório que isso só minha playlist no Spotify. Mas voltando ao assunto...
Dá pra ser egiptólogo no Brasil? Dá, mas não é tão fácil se você está fora do eixo Rio - SP. Com uma formação inicial em História ou Arqueologia, você pode ir para esses centros e ter uma formação específica em egiptologia. Pode ainda fazer um curso fora, o que requer o domínio de outro idioma e toda uma preparação de documentos (fora o fato de precisar validar o título ao voltar ao Brasil).
Lembram que lá no início eu me defini como um “projeto de egiptóloga em formação”? Então, usei essa titulação por estar, mais ou menos, no meio desse trajeto. Fiz a formação inicial em História, já estudando Antigo Egito, e estou fazendo uma pós. Meus planos depois disso são sair do RS e fazer algo no RJ ou SP ou ir para fora do Brasil (onde ainda não sei).
Finalmente formada, um sonho seria trabalhar com o Dr. Chris Naunton, egiptólogo inglês, que centra parte do seu trabalho na figura do faraó Tutankhamon. Eu assisti alguns documentários dele e admiro muito sua formação e estilo de trabalho. Tá, mas e o idioma, como fica? Meu inglês não é assim, a 8ª maravilha do mundo, mas até lá a gente se vira né (assim espero).
A prova, em 2015, de que eu e o Dr. Naunton temos uma paixão em comum: o faraó Tut-Ankh-Amon (Rei Tut ou ainda King Tut). |
Agora vocês entendem o motivo, também, de ser a “doida das múmias”: quem vai em um Museu e faz uma foto dessas? Eu tenho outra, mais engraçada, mas para preservar a minha moral “na praça”, melhor não mostrar né. Ou vocês terão ataques de risos até 2029. E eu não quero que ninguém venha me assombrar também. Piadas a parte, o Egito pode ser engraçado, quando falamos de múmias.
Quando vou até alguma aula ou vou fazer alguma palestra, o tema que mais atrai interesse são as múmias. Começando com um “eles tiravam o cérebro pelo nariz” eu vejo expressões curiosas e expressões de quem fica enjoado imaginando a cena. Na técnica dá pra dizer que já posso fazer uma múmia, mas como tenho estômago fraco, sei que NUNCA farei uma.
Como eu acredito que esta postagem para uma apresentação já esteja se estendendo, já a irei finalizar. Se você pensa em trabalhar com Egito no Brasil, não desista! Vá em frente, se prepare e tenha paciência. Um ponto a se considerar é um curso de língua estrangeira, de preferência no inglês. E uma dica final que passo: Não desista na 1ª dificuldade. Pare, reflita e siga em frente SEMPRE !
Saudações luso-árabes para meus leitores! Se tiverem qualquer sugestão de postagem é só avisar aqui que pesquiso e trago para vocês, ok?!
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