Imagem 06: Theda Bara como uma Cleópatra branca em
filme de 1917. Reparem nos criados negros. Imagem via Wikimedia Commons pelo
link <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Cleopatra_7_LC.jpg>,
acessado em 21 de junho de 2018 às 22h10m.
O GRANDE ENIGMA:
A COR DE CLEÓPATRA
Por
mais de 2000 anos Cleópatra foi um mistério, um enigma e uma fonte de
curiosidade para escritores e historiadores, professores e estudantes.
Apesar
disso, a questão de sua identidade racial tornou-se tema de debate há
relativamente pouco tempo (IMAGEM 06).
A
comunidade afro-americana em particular gostaria de poder considerar Cleópatra
como uma "irmã", e não é de estranhar que venha reivindicando os
possíveis genes africanos da soberana egípcia.
Que
grupo humano não seria orgulhoso de contar entre seus antepassados históricos
com uma mulher forte, inteligente, astura e poderosa? Mas, vamos aos fatos.
Infelizmente,
não existe suficiente informação para provar de forma contundente se Cleópatra
era ou não egípcia de origem africana.
Sabemos
que seu pai, Ptolomeu XII Auletes, era de origem grega por linha paterna, mas
desconhecemos a procedência da mãe.
Até
então, a dinastia dos Ptolomeus havia mantido a pureza greco-macedônia da
linhagem. A mãe de Auletes, a avó de Cleópatra, foi possivelmente uma concubina
da corte ptolomaica.
Porém,
não existe dado algum sobre sua aparência, o que deixa aberta a possibilidade
de que fosse uma mulher de pele negra.
A
história também não nos revelou a identidade da mãe de Cleópatra, a mulher que
deu três ou, mais provavelmente, quatro filhos a Ptolomeu XII Auletes.
É
possível que ela também fosse uma cortesã, talvez de origem africana pura.
Cleópatra foi a primeira da linhagem dos faraós ptolomaicos a aprender o idioma
egípcio e a se identificar plenamente com a cultura do país, possivelmente
devido à influência da avó e da mãe.
Nenhum
dos historiadores romanos que registrou os acontecimentos de sua época
mencionou a raça ou a cor de Cleópatra; cabe aqui supor que algum deles haveria
feito menção se a soberana fosse negra e, portanto, diferente de seus
predecessores.
Ao
longo dos séculos foram conservadas várias imagens de Cleópatra, sobretudo em
moedas e bustos (o site Scala Archives oferece uma variedade de imagens da
rainha).
A mulher mais poderosa de uma civilização será um enigma por muitos séculos. Quiçá milênios. Cléo vai estar na boca do povo, não deixando nunca seu nome e legados morrerem. Antes de qualquer coisa, vamos apreciar suas representações cinematográficas, por exemplo, com mais abertura: Por qual motivo o estúdio a representou nesses moldes, com essas características e essa cor? Elizabeth Taylor é a Cleópatra VII certa e todas as outras são erradas?
Foi tema de muitas obras na arte renascentista e barroca, que incluiu esculturas, pinturas, poesia, dramas teatrais, como Antônio e Cleópatra, de William Shakespeare, e óperas como Giulio Cesare in Egitto, de Georg Friedrich Händel. Nos tempos modernos, tem aparecido tanto nas artes aplicadas e belas artes, na sátira burlesca, em produções cinematográficas e em imagens de marcas para produtos comerciais, tornando-se ícone da cultura popular da egiptomania.
* QUASE TERMINANDO A SÉRIE!
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